Enquanto florestas de araucárias podem entrar em extinção no Brasil, na Escola de Educação Básica Educar-se, em Santa Cruz, o incentivo para o plantio de mudas ganha as salas de aula. Ao longo das últimas semanas, os estudantes dos primeiros anos já começam a perceber brotos das plantas, frutos de um projeto idealizado há três anos.
De acordo com as professoras Márcia Murillo e Marisa Mueller, a ideia surgiu por meio do estudo do folclore junino, uma vez que uma das principais iguarias da festa é o pinhão. A partir disso, os pequenos também estudaram a lenda da Gralha Azul, conhecida como a ave responsável por replantar a árvore símbolo do Sul do país.
Além do incentivo pelas professoras, as famílias também têm se engajado na causa. “Neste ano recebemos uma pinha de um aluno, o Caetano Silveira de Camargo, trazida da casa de seu avô, na região da Campanha”, afirma Marisa. Em casa, aliás, os jovens cultivam seus próprios pinheiros. É o caso das estudantes e irmãs Letícia Hoelzel Wickert, 6 anos, e Rafaela Hoelzel Wickert, 8. Com a ajuda da mãe, a dupla cultiva o pinheiro com muita dedicação. “Para se ter uma planta é preciso cuidado”, afirma a pequena Letícia.
Já na sala de aula, Isabelle Andrada de Paula, 6, também mantém atenção especial à muda. A preocupação com a natureza, aliás, vem de casa. “Meu pai disse que onde se corta uma árvore é preciso plantar um monte de outras”, explica. Para ela, fazer brotar a semente significa uma preocupação com o meio ambiente. “As árvores fazem coisas boas. Elas são a natureza”, afirma.
Por meio da iniciativa as professoras permitem ampliar as experiências das crianças e, ao mesmo tempo, proporcionar conhecimentos sobre a cultura gaúcha e o acompanhamento do crescimento do pinhão, se transformando em uma árvore. “Reconhecer e entender que nossa atitude pode transformar o mundo é muito importante. O desmatamento e a colheita precipitada do pinhão resultam na diminuição da germinação de novas mudas de araucária nas florestas. Logo, nossa pequena ação acaba contribuindo para uma nova ação no Planeta”, afirma Márcia.