Ellena de Andrade Curcio – 7º ano – 72- Escola de Educação Básica Educar-se; crônica produzida nas aulas de L. Portuguesa, sob orientação da profª Janesca Kuntzer Wegner
Às vezes, pensamos o que aconteceria com o mundo no futuro. Será que explodiria, seria invadido por aliens ou simplesmente destruído pela poluição? Mas nunca imaginei, nunca mesmo, nem em meus sonhos, que um minúsculo vírus pudesse causar tanto estrago, mudança e fosse capaz de paralisar o planeta inteiro.
Para se ter uma ideia, metade das crianças do mundo estão fora da escola, indústrias paralisaram suas atividades, as pessoas estão confinadas em seus lares e há mais de 13.000 mortos, e pelo menos 300.000 infectados em todos os continentes, e esses números não param de somar.
Diante do caos, nós temos que ficar em quarentena (sempre achei que quarentena servisse para a mãe que ganhou bebê) e também achei que fossem quarenta dias, não menos, nem mais. Isso é simplesmente surreal, parece que estamos participando do BIG BROTHER BRASIL (BBB). Ninguém pode sair de casa, a não ser meu pai para ir no mercadinho da esquina. Quem vai para o paredão é quem está doente, coisa que ninguém quer, por isso já gastei minhas mãos de tanto lavá-las, álcool gel no nosso “bunker” é indispensável, além de suprimentos e muita criatividade.
No nosso reality show, sem plateia, a coisa fica muito competitiva. Aqui em casa há disputa para ver quem vai ficar com o controle da televisão, para ser o primeiro a tomar banho, mas a mais acirrada é para quem se esquiva mais rápido de lavar a louça. Geralmente, eu saio vencedora. Na prova do líder, coisa que meu pai e minha mãe vivem competindo, “ quem vai ser o líder da casa? ”. Quem faz mais tarefas em menos tempo (dar comida para as cachorras, atender o gato e tirar o lixo, em menos tempo), minha mãe é imbatível.
Bom, às vezes, queremos ficar afastados da escola por uns dias (para isso existem os fins de semana), mas é muito difícil ficar longe de quem a gente gosta, da nossa rotina. Sinto falta do contato com os amigos, de abraçar, trocar um aperto de mão, fazer piada de tudo, conversar ao pé do ouvido. Mas, se é para o bem da humanidade, façamos a nossa parte. Também tenho saudades dos meus avós, mas quero o bem deles. Sorte que, para amenizar a dor da saudade e da distância, temos recursos tecnológicos e o bem mais precioso, que ferramenta nenhuma pode substituir: a esperança de que dias melhores virão.
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